web 2.0

O termo Web 2.0 se refere a uma segunda geração de serviços de internet. Como toda forma de classificação histórica, não podemos dizer quando termina ou começa este período cronologicamente. Mas a observação destes padrões de comportamento na rede pode ser saudável do momento em que colabora com a organização de idéias e conceitos em uma indústria nova e particularmente complexa por sofrer agressivas mutações, justamente por estar ainda em sua fase de nascimento.
A expressão Web 2.0 foi primeiramente criada pela empresa O’Reilly Media, e desdobrou-se em uma séria de conferências e livros atingindo grande popularidade nas comunidades de desenvolvimento web. Uma observação de padrões em comum de negócio e tecnologia em uma variedade de projetos web que estão surgindo levou a dita cuja classificação “Web 2.0”.
Sites deixam de ter uma característica estática para se tornarem verdadeiros aplicativos no servidor. As funcionalidades dos sites são muito mais poderosas, lembrando a sofisticação de softwares que rodam no desktop de seu PC. Certamente hoje é mais complexo e mais caro desenvolver um serviço web competitivo do que há alguns anos.
Estes “sites aplicativos” tem também uma integração mais eficiente com a interface no cliente (browser) – que passa a ser mais poderosa com protocolos como o AJAX, que podem gerar uma usabilidade mais intuitiva.Pelo fato do aplicativo estar em rede, o feedback de usuários e constante teste de funcionalidades torna-se um processo sem necessariamente uma interrupção por versões. Assim, sites/aplicativos ficam em “beta eterno”, denotando uma evolução sem fim. Apesar de pelo ponto de vista tecnológico o beta eterno fazer sentido, do ponto de vista de marketing o conceito é questionável já que o consumidor precisa de uma percepção clara de valor agregado na evolução do produto — principalmente para justificar usar mais ou mesmo gastar mais neste produto. Assim, alguma forma de empacotamento de fases na evolução do produto deverá continuar sendo necessária, mesmo que seja puramente perceptual — através de branding, por exemplo. Recentemente houve uma explosão da audiência em sites que formam e catalisam comunidades, tais como Orkut e My Space, dentre outros. O que aconteceu foi uma aceleração recente do número de usuários destas comunidades devido a maior riqueza de conceito e sofisticação tecnológica dos “sites aplicativos”, somados a um aumento da base instalada de banda larga. O conteúdo passa a ser dinâmico e sua publicação muito mais flexível, tanto por editores profissionais como pelos proprios usuários. Ferramentas de publicação multi-plataforma (PC, celular, PDAs, IPTV) geram poder e eficiência jornalistica à sites de notícias, por exemplo. Ao mesmo tempo, o próprio usuário passa a gerar conteúdo (ex. YouTube), classificá-lo e mesmo parcialmente editá-lo usando formatos como RSS, ou Really Simple Syndication (ex. Netvibes). As “Wikis” são talvez a forma mais extrema de edição colaborativa, onde qualquer pessoa teoricamente qualificada pode melhorar a qualidade de determinado conteúdo (ex. Wikipedia). Tradicionalmente o conteúdo era classificado para o usuário, ou mesmo pelo próprio usuário em categorias pré-definidas. As Tags geraram uma taxonomia “invertida”, onde conteúdos se auto-classificam em categorias definidas (ex. del.icio.us). Talvez a mais importante função do termo Web 2.0 tenha sido a de sinalizar o início de uma nova e promissora fase na web, que vinha sob visão um tanto pessimista do mercado após o estouro da bolha especulativa no começo do século.
O fato é que a web nunca parou de evoluir, apenas agora com um filtro seletivo de modelos de negócio muito mais realista. O termo Web 2.0 certamente ajudou a consolidar esta nova percepção de valor da internet, agora com modelos de negócio apresentando retornos reais.


Márcia Menezes

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